A Viola |
Autor: Yassir Chediak |
Mas onde ela surgiu? Sua origem se perde na história. Roberto Nunes Correa, em seu livro VIOLA CAIPIRA, nos informa que “No século XV, e sobretudo no século XVI, a viola já era um instrumento largamente difundido em Portugal, sendo considerada como o principal instrumento dos jograis e cantares trovadorescos.” E esses jograis e cantadores devem ter sido tão bons que encantavam e enfeitiçavam seus ouvintes: “É extremamente curioso, uma reclamação dos procuradores da cidade Ponte de Lima, às cortes de Lisboa de 1459, enumerando os males que, por causa da viola, se faziam sentir em todo o reino. Eles alegavam que certas pessoas se serviam da viola para, tocando e cantando, mais facilmente roubarem as casas e dormirem com as suas mulheres, filhas ou criadas que, ““ como ouvem tanger a viola, vamlhes desfechar as portas “”.
Mas voltemos à sua origem e evolução. Em Portugal temos, hoje, dois tipos de violas que se sobressaem. No primeiro as violas das terras ocidentais, ou sejam a Viola Braguesa ou “Minhota”; a Viola Amarantina – também chamada de “Viola de Dois Corações”- e a viola toeira de Coimbra. Mestre Aurélio define “toeira” como [De toar + -eira.] S. f. 1. Cada uma das duas cordas imediatas aos dois bordões da guitarra. 2. Bras. SP Açor. Corda de viola. No segundo tipo temos a Viola do Leste, com a “bandurra” beiroa e a Viola Campaniça. É também mestre Aurélio quem define “bandurra” como “Espécie de guitarra de braço curto, cordas de tripa e bordões”. No Brasil, a viola se firmou principalmente no Nordeste, com o nome de Viola Sertaneja, e na Região Centro Sul, - Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Paraná, com o nome de Viola Caipira. Na região Nordeste sua afinação é a “natural”, na região Centro Sul, a “Cebolão”, a “Boiadeira”, a “Rio Abaixo” e a “Guitarra”. Instrumento menor que o violão, tem dez cordas, agrupada aos pares, e começando de baixo para cima. Os dois primeiros pares são afinados em “uníssonos” e os outros em “oitavas”. Existem muitas explicações para os nomes das cordas, mas certamente são todos de origem portuguesa: prima e contra prima ou primas; requinta e contra-requinta, ou segundas; turina e contra-turina; toeira e contra-toeira; canotilho e contra-canotilho.
Felizmente este instrumento está voltando a ser pesquisado e, principalmente, tocado em todo o território nacional e, se a Música Popular Brasileira, por sua beleza e criatividade, conquistou o mundo foi, certamente, a Viola Caipira que ajudou a construir esta Música. |
sexta-feira, 28 de dezembro de 2007
Pequena História da Viola Caipira
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Um comentário:
Olá pessoal do Coração Caipira!
Após ler essa reportagem, não pude de deixar de compartilhar com vocês um outro violeiro que é também pesquisador e compositor e dono de uma coleção de 104 violas, a maioria de Queluz, confeccionadas em Queluz de Minas, hoje Conselheiro Lafaiete - MG onde moro atualmente e também a maioria com mais de 100 anos. O nome dele é Cláudio Alexandrino e pelo o que acompanho em jornais, revistas e programas de tv, alguns nacionais, ele é a maior autoridade no momento sobre a história das violas de "Queluz" e tantos outros modelos espalhados por Minas Gerais; começou sua coleção em 2001 e desde então trouxe pra mídia a história destas lindas violas que até Dom Pedro descreveu em seu diário quando passou por aqui, ficando extasiado com a beleza e o som que elas emitiam. Suas variadas exposições foram visitadas por mais 8.000 mil pessoas, entre brasileiros e gringos. Em seu acervo, além das violas de "Queluz" contém algumas ferramentas usadas na confecção das mesmas. Fiquei sabendo que esta saindo do forno uma publicação que vai contar toda essa estória, com fotos e muito mais que ele escreve junto com sua inseparavel esposa Elisana de Assis e um grande amigo fotografo.
Eu sei que tem vários violeiros por esse nosso mundão, mas esse tem um brilho especial, ele é autêntico e faz tudo de coração, sinto isso.
Tenho esse endereço www.myspace.com/claudioalexandrino e fico maravilhado cada vez que entro, vocês verão alguns programas (Jô Soares e outros) e fotos, lá tem o contato dele se quiserem fazer uma bela reportagem.
Muito obrigado pelo espaço e até breve!
Paulo Cardoso - C. Lafaiete - MG
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